Por que foram cancelados tantos IPOs recentes?

A leve recuperação da bolsa de valores, acabou abrindo espaço para uma breve temporada fértil das ofertas de ações iniciais (IPO). Depois de um longo período com muitas novidades, o mercado de 2020 está repleto de estreias de muitas empresas.

A quantidade de novos IPOs, acabaram chamando bastante a atenção, que acabaram sendo cancelados. Alguns exemplos disso são a You Inc e a Riva 9, da área da construção, a BR Advisory, dos investimentos, a Compass companhia de gás, e a Triple Play das telecomunicações.

Todo o acordo da Comissão de Valores Mobiliários teve seus cancelamentos oficializados, sem contar que alguns planos foram adiados antes mesmo da reserva, como foi o caso da Havan.

Com o período em que vivemos, foram vários os motivos que para que os IPOs fossem cancelados. Mas em vários deles, as empresas entenderam as intenções, e perceberam que os investimentos não condiziam com as expectativas, e por isso, deixaram de fazer sentido.

Nem sempre dá certo

Quando uma empresa toma partido e decide emitir ações, ela precisa inicialmente captar muitos recursos, para que seja investido em seu crescimento, ou até para o pagamento de dívidas. Por outro lado, os compradores conseguem ver uma oportunidade de investimento.

Seria o casamento perfeito, entre o interesse da empresa pela captação dos recursos, como do investir que compra seus investimentos por um preço justo.

Dificuldades na fixação dos preços

A precificação nesse momento é fundamental para ambas as partes saiam ganhando, e as ofertas inicias se viabilizem para o mercado. Esses valores são feitos através de uma avaliação completa da empresa, que é feita pelo banco que estiver assistindo os investimentos no IPO. Mas nem sempre o preço é aceito.

Uma das principais dificuldades da aceitação e fixação desse preço é de tentar prever que o momento do mercado no fechamento do IPO. Essa ultima etapa pode levar muito tempo entre a documentação auditoria, até ser apresentado no mercado.

Quando o mercado está em um bom momento, a empresa consegue vender suas ações por preços mais altos. Já quando o momento é ruim e ela está precisando de recursos, é mais fácil cancelar o IPO do que vender as ações a preços muito baixos.

Segundo os últimos dados analisados, cerca de 80% dos cancelamentos feitos, fizeram por esse contexto, por simples questões de mercado. A empresa avalia que nesses casos, é preciso lançar mão das ações, do que vender no desespero. Com isso, grande parte das empresas preferem esperar o momento ruim passar, para poder pedir preços mais altos.

Valuation e valorização

Quando o mar não está para peixe, ou a queda da taxa de juros é um incentivo para que os investidores migrem para a renda variável, em busca de mais ganhos, a capital das empresas novas se favorece muito com isso.

No passado, as empresas que tinham que ser muito melhores que um CDB de 12% ao ano para atrair novos investidores. Por outro lado, existem momentos de maior volatilidade, como a pandemia atual que pesam nesses fatores, e deixam o mercado mais seletivo para as escolhas de IPOs.

Em tempos difíceis, os investidores ficam mais criteriosos e não pagam caro. Com isso, as empresas também reduzem a faixa indicativa dos preços. Seguindo especialistas, o IPO teve tantos cancelamentos porque o próprio investidor não está com apetite suficiente para pagar caro nas empresas.

A renda variável entende que um dos principais problemas que acontecem com os IPOs cancelados é que os preços estavam altos demais, principalmente levando em consideração análises múltiplas. Quando as empresas aceitavam reduzir seus valores, o IPO saia, mas quando elas não aceitavam, era feito o cancelamento.

O mercado está muito líquido atualmente, e não compra qualquer coisa. É preciso enxergar onde se está investido, qual o valuation? Se ele é interessante, se já perspectivas de valorização, etc.

Por: Susan Nogart

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