Ford anuncia Fechamento da Fábrica de São Bernardo do Campo

Montadora fecha acordo coletivo com funcionários e deve encerrar suas atividades na fábrica.

A indústria Ford recentemente realizou um acordo com os seus trabalhadores para conseguir fechar a fábrica de São Bernardo do Campo.

Sabe-se que estão incluídas na negociação inúmeras medidas com o intuito preservar todos os direitos dos funcionários. Por isso, a Ford planeja realizar um Plano de Demissão Incentivada e assim tenta disponibilizar psicólogos a fim de proporcionar apoio emocional, bem como a requalificar o profissional para ser reinserido no mercado de trabalho.

No último dia 30 de abril, terça-feira, a Ford anunciou que foi aprovado um acordo coletivo com o objetivo de amparar os funcionários que serão afetados pela decisão da montadora de acabar com as fábricas montadoras de caminhões na América do Sul.

A Ford teve auxílio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para tomar essa decisão. Sendo assim, ficou decidido encerrar as operações de manufatura realizadas na fábrica do município de São Bernardo do Campo. Ao contatar os assessores do Sindicato foi informado que atualmente a grande prioridade da Ford é garantir a estabilidade dos trabalhadores em suas vagas de empregos.

Desse modo, o acordo é composto por três pilares muito importantes, isto é, a concretização de um Plano de Demissão Incentivada, o PDI; fornecer psicólogos para atender os trabalhadores que enfrentam essa situação de forma conturbada e, por fim, realizar um programa de requalificação profissional oferecedo a esses trabalhadores cursos ministrados por parceiros do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Vale ressaltar ainda que não foi definida a data de encerramento das atividades na fábrica. Desse modo, é possível que haja uma antecipação do fechamento da manufatura, uma vez que existe um comprador em potencial, sendo assim, tudo depende de como está indo os trâmites das negociações.

De acordo com Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, a Ford e o Sindicato se uniram com um intuito muito sério para realizarem um acordo que buscasse não trazer mais consequências negativas aos seus funcionários. Ao invés disso, apostaram em medidas que trouxessem benefícios aos trabalhadores, investindo tanto no aspecto econômico quanto social. Além disso, a montadora da Ford de São Bernardo do Campo deixou claro a possilidade de uma troca de experiências em forma de diálogo com todos aqueles que serão prejudicados pela decisão.

A nota divulgada esclarece ainda que haverá uma compensação financeira oferida aos trabalhadores. Dessa forma, o montante será definido de acordo com as combinações empregáticias de tempo de trabalho, horistas e mensalistas, assim como a possibilidade do trabalhador ser contatado pelo potencial comprador que demonstrou interesse na compra da unidade de São Bernardo do Campo.

Segundo Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foram necessários mais de 40 dias para conseguir dialogar de forma esclarecedora com a empresa, os trabalhadores e a matriz da Ford que está estabelecida nos Estados Unidos.

Tendo isso em vista, a Ford informou que continua conversando com potenciais compradores que demonstraram o interesse em realizar a compra da unidade localizada no Estado de São Paulo. Desse modo, reafirma o seu compromisso de empenhar todos os esforços necessários para que no final de todo esse período de modificações, tanto para a Ford quanto para os trabalhadores, termine de forma positiva.

Quanto à venda da fábrica, o Sindicato revelou que no momento não possui novas informações, já que, até agora, a Ford não o incluiu na roda de negociações. No entanto, a esperança da fábrica, dos funcionários e do próprio sindicato é a de que o comprador esteja interessado na mão-de-obra que a Ford está dispensando no momento. Isso porque, desde 2015 o Brasil tenta se recuperar de uma grave crise econômica que interferiu no mercado de trabalho, o que resultou em cerca de 14 milhões de desempregados. Sabe-se que, infelizmente, o país não se recuperou e especialistas na área temem que a situação de trabalhadores desempregados não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, só tende a crescer.

Ana Paula Oliveira Coimbra

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