Uma gigante estatal brasileira declarou esta semana que bateu o martelo na venda do complexo químico-têxtil no Grande Recife, estado de Pernambuco.
A Petrobrás anunciou que a venda foi fechada em R$ 1,26 bilhão. Segundo a empresa, a compradora é a companhia mexicana Alpek, gigante do setor petroquímico e grande produtora mundial de poliéster.
A venda faz parte do Plano Estratégico da estatal e foi concretizada com a assinatura do contrato no último dia 28. Entenda melhor a importância do complexo para Pernambuco.
A refinaria Abreu e Lima, composta pela Petroquímica Suape e a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (no conjunto denominados Complexo Químico-Têxtil Suape) foi construída no Complexo Portuário Suape e visava trazer prosperidade e desenvolvimento ao Grande Recife.
No início, o projeto de fato atraiu diversos investimentos, tendo recebido uma verba considerável do Governo Federal e da Petrobrás. Os setores de comércio e serviço tiveram um boom, proporcionando incríveis 8% do PIB Pernambucano. A partir de 2007, data do início de atividade do complexo, esse crescimento resultou num aumento considerável da população próxima, em busca de novas oportunidades.
Projetos paralelos foram criados, famílias desalojadas, convênios assinados. Embora os investimentos tenham sido consideráveis, parte do complexo não conseguiu sair do papel e o sonho do Eldorado começou a ruir.
Em 2015 a situação já estava crítica, com os problemas enfrentados pela estatal e pelo Governo Federal. Cerca de 50 mil trabalhadores entre os setores da indústria pesada, metalomecânica e de fretamento foram demitidos. Além disso, os demitidos deixaram de receber seus direitos trabalhistas, gerando uma bola de neve.
O complexo começou então a sofrer um sucateamento, vendo ir por água abaixo o sonho de prosperidade da região. As investigações do escândalo da Operação Lava-Jato concluíram que algumas licitações feitas pela Petrobrás foram irregulares, o que ocasionou prejuízo de cerca de R$ 10 bilhões. Empresas de construção e parceiros da estatal também estão envolvidos na denúncia.
Atualmente existe uma série de ações trabalhistas contra o empreendimento, que ultrapassa os 130 milhões de reais. As empresas envolvidas alegam falta de recursos para saldar essas pendências, tornando assim o sonho em pesadelo.
A Petrobrás possui no momento um programa de parcerias e de investimentos, mas a venda agora anunciada para a empresa mexicana ainda não será suficiente para cumprir a meta programada pela estatal brasileira, segundo informa a companhia.
Dan Dias
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