A companhia de telefonia Oi confirmou formalmente seu pedido de recuperação judicial, no valor de 65 bilhões de reais. Um dos maiores no Brasil, a empresa garante que continuará mantendo os seus serviços normalmente. Para os aficionados em finanças, a pergunta que não quer calar é: o que acontece com as ações da Oi em sua condição de recuperação judicial?
Ao que tudo indica, é que o procedimento se dê da seguinte maneira: primeiro, faz-se um levantamento das reais condições da empresa comparando com o que foi mostrado em seu pedido e, só depois disso, é que o mercado será comunicado. Quanto à bolsa de valores, o status das ações da Oi é de suspensão, o tempo dependerá do juiz à frente do caso e da duração daquelas averiguações.
Em seu plano de recuperação judicial, a Oi confirma a possibilidade de vender sua divisão de telefonia celular. Se reestruturada, a empresa se dedicará na divisão fixa, com ênfase na banda larga. Com dívidas que chegam a 65 bilhões de reais, a Oi investirá em operações de telefonia móvel e venda de participações em operadoras africanas e asiáticas, bem como operações de datacenter.
Quando o prazo de suspensão estipulado pelo juiz se encerrar, as ações da Oi voltam à negociação normalmente, todavia, não mais poderão fazer parte do Ibovespa, o principal indicador da Bolsa do Brasil.
O decreto de falência por parte da Oi é o seu último plano, caso o trâmite de recuperação falhe. O pedido de recuperação judicial objetiva fazer com que a empresa consiga superar as crises por que vem passado e sanar suas dívidas, de modo que retorne com credibilidade às suas atividades habituais. Mas, caso a falência venha à tona, os ativos da Oi serão leiloados para que se paguem seus funcionários, seus impostos, credores e acionistas; necessariamente nessa ordem.
Os pequenos credores receberão rapidamente após a homologação do plano de recuperação judicial; no caso dos fornecedores que têm até 150 mil reais a receber, o prazo será também rápido. Com relação aos funcionários e seus créditos trabalhistas, serão cinco parcelas mensais com carência de seis meses.
Para a Anatel, a Oi deve mais de 10 bilhões de reais; sua proposta é converter o valor em investimentos e melhorias nos serviços.
Flávia Figueirêdo
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