Superávit primário pode fechar o ano próximo de zero

Previsões indicam que o superávit primário do setor público pode fechar o ano de 2015 em 0,15% do valor do PIB.

Com a falta da adoção de novas medidas na área de despesas do país, a previsão do governo de Dilma Rousseff é que o superávit primário do setor público possa fechar o ano bem próximo de zero.

O superávit é o indicador que mede o valor das receitas menos as despesas do governo. A equipe presidencial vem investigando dados para ver se mantém ou se diminui a meta fiscal para o ano de 2015 e segundo o anunciado na última segunda-feira, dia 20, o superávit pode fechar o ano de 2015 em 0,15% do valor do PIB, bem abaixo da meta estabelecida para o ano, que era de 1,1%.

Para evitar esse cenário, a presidente decidiu adotar nos próximos dias algumas medidas de aumento da receita e mais cortes na despesa.

Na última segunda, Dilma Rousseff se reuniu com os ministros da fazenda (Joaquim Levy), da casa civil (Aloízio Mercadante) e do planejamento (Nelson Barbosa) para tratar sobre a meta fiscal do país. A presidente decidiu deixar a meta fixada para este ano, seguindo o que vem sido defendido pelo ministro Joaquim Levi. Já a ala política responsável pelo ministério do planejamento quer fazer a presidente reduzir a meta, para uma meta "realista e crível". Assessores da presidência, no entanto, afirmam que Dilma deseja manter a posição de não mexer na meta fiscal para este ano e deixar uma possível decisão sobre o assunto para setembro, onde trataria também sobre o pagamento da dívida do Brasil.

Dentro do Palácio do Planalto, no entanto, a crença é de que mais cedo ou mais tarde a presidente terá que reduzir a meta, pois o cenário fiscal do país mostra que o cumprimento das metas fixadas atualmente ficou quase impossível. A dúvida é em quanto a meta teria que ser reduzida, para que possa ser alcançada. Os responsáveis pelo planejamento acreditam que a redução para 0,6% do PIB já deixaria a meta mais alcançável no atual cenário econômico.

Para aumentar o superávit o máximo possível a equipe econômica prepara medidas em conjunto que renderiam até R$ 50 bilhões para os cofres públicos, ainda no decorrer deste ano. Dentre as medidas, há um corte adicional de despesas, que está atualmente em estudo pelo governo. O corte ainda não foi definido, pois há uma divisão na equipe de Dilma sobre o assunto. O valor aproximado do corte seria de R$ 20 bilhões. Algumas medidas, como a tributação sobre a repatriação de dinheiro de brasileiros que estão no exterior não agradaram a todos da equipe e não é mais garantida no pacote de medidas.

Há a necessidade da equipe econômica do Governo Federal chegar a um acordo o mais rápido possível, pois a cada dia de discordância a economia do país afunda ainda mais em incertezas. Se as medidas necessárias para a manutenção econômica não forem anunciadas e postas em prática o quanto antes o cenário econômico do país pode se complicar ainda mais.

Por Patrícia Generoso

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