O endividamento das famílias chegou ao patamar de 62% em junho, registrando a primeira queda em quatro meses. A pesquisa que revelou o dado foi feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, que avalia o percentual de endividamento e inadimplência dos consumidores brasileiros. O resultado da pesquisa foi divulgado na última terça-feira, dia 30 de junho.
Segundo a pesquisa, o principal fator de endividamento apontado pelos respondentes foi o cartão de crédito, responsável por 77,2% das dívidas no núcleo familiar. O segundo fator apontado foram os carnês de financiamento responsáveis por 16,3% das dívidas e em terceiro foi o financiamento de veículos que causa 13,4% das dívidas familiares.
Em contrapartida, o percentual de famílias com dívidas em atraso e sem condições de pagar seus débitos aumentou, passando de 21,3% em junho, contra os 21,1% registrados em maio. As famílias que continuarão inadimplentes registraram 7,9% em junho, contra 6,6% do mesmo mês no ano passado. A CNC afirma que esses foram os maiores patamares alcançados desde o mês de outubro de 2011.
Ainda segundo a CNC, as condições mais duras tanto para a aquisição de empréstimos quanto para as renegociações de dívidas, somadas com o rendimento mais baixo dos trabalhadores, têm contribuído para a piora do endividamento familiar, reduzindo a percepção da família quanto a sua real situação financeira.
O percentual das famílias que se consideram muito endividadas continua estável entre os meses de maio e junho deste ano. A CNC afirma que o percentual é de 12,5%, demonstrando, contudo, um crescimento em relação ao ano passado em que atingia 11,9%.
A pesquisa continuou investigando o perfil econômico da família brasileira e segundo os dados recebidos, as contas andam sendo adiadas em média por 59,6 dias durante o mês de junho. Um pouco menos do que o número registrado no mesmo mês do ano passado, onde as contas eram atrasadas por cerca de 60,8 dias. Isso mostra que embora o brasileiro esteja endividado, o malabarismo para pagar as contas está um pouco menor e estas estão se tornando de certa forma uma prioridade no orçamento familiar.
O período gasto com o pagamento de dívidas também foi investigado pela pesquisa: em junho deste ano, o tempo chega a 7,1 meses e 33,1% dos pesquisados alegam que o prazo de pagamento de dívidas será superior a um ano.
Por Patrícia Generoso
Foto: Divulgação
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