O Banco Central anunciou nesta terça-feira (24), que as contas externas brasileiras registraram um déficit de US$ 6,88 bilhões.
De acordo com o Banco Central, ainda com o valor elevado houve uma queda em relação ao mesmo mês de 2014, quando o déficit em conta corrente somou US$ 7,4 bilhões. O número também ficou abaixo do resultado de janeiro que foi de US$ 10,6 bilhões negativos.
O resultado das contas externas, que mostra despesas maiores que a receita, leva em conta a balança comercial (importação e exportação), serviços (como juros e remessa de lucros, entre outros), um dos principais indicadores do setor externo.
Em todo o ano passado, o déficit em transações correntes somou R$ 90,9 bilhões, o maior valor desde o início da série histórica, em 1947.
Na proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador considerado mais adequado por economistas, somou 4,17%, sendo a maior marca em 13 anos.
Com o resultado de fevereiro, as contas externas acumuladas nos últimos doze meses ficaram no negativo de US$ 89,9 bilhões, equivalente a 4,22% do PIB.
O Banco Central informou que o ingresso de investimento no Brasil somou US$ 3,96 bilhões em janeiro. Com isso os investimentos recuaram em relação ao mesmo mês em 2014 quando somaram US$ 5,11 bilhões.
Para 2015 a previsão do BC é que os investimentos estrangeiros somem US$ 65 bilhões, não sendo suficientes, outra vez, para financiar o déficit em conta corrente do próximo ano que está previsto em US$ 83,5 bilhões.
Quando o déficit não é coberto pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como o ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou buscar empréstimos no exterior.
Economistas alertam, entretanto que um cenário de crescimento menor do PIB, de indicadores ruins das contas públicas e externas brasileiras, a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas.
O Governo tem lembrado que as reservas internacionais brasileiras, acima de US$ 370 bilhões, conferem tranquilidade na administração das contas externas brasileiras.
Por André Escobar
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