Tema sempre polêmico, independente do ponto de vista, a taxa básica de juros da economia, a Selic, ganha novos contornos. Na última semana o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou o índice para 12,00% ao ano, ou seja, mais 0,25% em comparação à demarcação anterior.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) não encarou bem a decisão, praticamente da mesma maneira que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) enxergaram: com ressalvas.
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Na ideia de Paulo Skaf, presidente da federação, o incremento de 0,25% na taxa é insustentável, pois a medida não diminuirá os preços globais de commodities que incidem nos valores internos. Além dessa teoria, o ex-candidato ao governo de São Paulo avalia que a iniciativa elevará ainda mais o gasto público, excedente o qual poderia ser revertido em áreas como educação, infraestrutura e saúde.
Para o leitor ter uma base da recheada taxa de juros brasileira, nos Estados Unidos ela é de apenas 0,25% ao ano, enquanto na Europa chega a 1,25%, na Malásia 2,75% e no Chile 3,78%. A competitividade, termo tão salientado antes mesmo de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar o poder, pode ser bastante comprometida, pois a desvalorização do dólar perante o real já acontece há meses.
Cada parte endossa sua teoria. O governo quer, com isso, controlar uma provável alta da inflação, enquanto entidades como as citadas neste artigo acreditam que a iniciativa só atende uma minoria. A população brasileira é a grande prejudicada, pois ao analisar essa questão sob um prisma mais distante pode-se chegar à conclusão de que é possível diminuir gastos públicos e atrelar essa medida em investimentos para a própria indústria e outros setores. O país precisa dar um breque em alguns motes para investir em outros. Os eventos esportivos nos próximos anos surgem como um chamariz para medidas menos paliativas.
Por Luiz Felipe T. Erdei
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