Os técnicos do Banco Central que investigam o PanAmericano suspeitam que taxas de juros pagas aos clientes eram propositalmente altas para mascarar saída de recursos. Um único cliente recebia mais de R$120 milhões de rendimento ao ano, acima de 30%, em uma aplicação de R$400 milhões em CDB (Certificado de Depósito Bancário) do banco em questão.
O CDB é um mecanismo que os bancos usam para obter recursos. O investidor empresta dinheiro ao banco e recebe juros baseados no CDI, que é a taxa cobrada nas transações entre instituições financeiras e segue a taxa básica da economia (SELIC), que está girando em torno de 10,75% ao ano.
No caso, o banco pagou ao cliente 20% além do CD, ou seja, 30,75% ao ano em uma aplicação de cinco anos.
A descoberta de uma aplicação tão fora do usual é um forte indício de falha da fiscalização do Banco Central. E por lei, o PanAmericano deveria avisar o BC do ocorrido, já que estas aplicações geralmente são feitas por pessoas jurídicas de grandes corporações, e não físicas. Neste caso, ambos falharam.
Também foram constatadas irregularidades como carteiras de créditos já vendidas a outras instituições, mais ainda constando na contabilidade.
Foi instaurado inquérito policial para apuração de possíveis crimes contra o Sistema Financeiro. Segundo a Polícia Federal serão investigados os crimes de gestão fraudulenta, prestação e inserção de informações falsas na contabilidade.
Por Cintia Santoro
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